I &D | 2 5 a n o s d e E s t a t í s t i c a s o f i c i a i s em P o r t u g a l P á g . | 2 4 Das várias razões apontadas, os responsáveis das instituições hospitalares identificaram, de forma mais precisa, dois conjuntos de problemas. O primeiro prendia-se com dificuldades na compreensão dos conceitos, definições e classificações sobre atividades de I&D e na tradução dos mesmos para o campo das ciências médicas e da saúde e para o trabalho realizado nas instituições hospitalares, e o segundo, prendia-se com o facto do inquérito ser extenso, com destaque para a ficha individual. Tendo em conta que a persistência dos problemas identificados poderia colocar em causa a qualidade dos dados recolhidos, foi criado um grupo de trabalho constituído por técnicos do Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT), entidade responsável à data pela realização do IPCTN, com o objetivo de analisar as situações identificadas e apresentar soluções. No âmbito desta iniciativa, foram realizadas várias reuniões entre os seus membros e os diretores clínicos das principais instituições hospitalares portuguesas, todas elas do setor público. O trabalho desenvolvido permitiu elaborar um conjunto de soluções que foram adotadas no IPCTN99, que resultaram na criação de um instrumento de notação específico para as instituições hospitalares dos setores Estado e Instituições Privadas sem Fins Lucrativos20. Manteve-se a ficha de unidade, mas reduziu-se substancialmente o número de questões existentes. Substituiu-se a ficha individual pela ficha de projeto, passando a recolher a informação ao nível do projeto de I&D que, na sequência da auscultação junto dos diretores clínicos, se considerou ser a melhor solução para a identificação de despesas e de recursos humanos em atividades de I&D nessas instituições. Este novo modelo de inquirição para as instituições hospitalares permitiu aumentar, de forma sustentada, as taxas de resposta e compilar dados para um conjunto de instituições ao qual o outro formulário do IPCTN dificilmente se ajustava21. Não obstante a autonomização do instrumento de notação, que implicou a criação 20 A única exceção a esta situação foi o Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E. que possui, desde 2004, um centro de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. (FCT) no âmbito do financiamento plurianual de Unidades de I&D. Neste caso, uma vez que essa estrutura estava exclusivamente na dependência da instituição hospitalar e era financiada pela FCT, estavam reunidas as condições para a metodologia de recolha de dados não ser alterada, pois qualquer atividade de I&D realizada na instituição era desenvolvida no âmbito desse centro, atuando o mesmo como registo centralizado dessas atividades. 21 O reconhecimento do papel fundamental da ciência e da tecnologia na melhoria da saúde humana e a constatação de limitações no reporte das atividades de I&D nesta área levou a OCDE a publicar em 2001 um estudo dedicado à medição das atividades de I&D em saúde, “Measuring Expenditure on Health-related R&D”, que pode ser consultado em https://www.oecd-ilibrary.org/social-issues-migration-health/measuring-expenditure-on-healthrelated-r-d_9789264192928-en. A temática é revisitada novamente na edição de 2002 do Manual de Frascati, onde lhe é consagrada um anexo específico (“Annex 4. R&D Related to Health, Information and Communication Technology (ICT)”, p. 181-87). No IPCTN 1999, foi criado um sistema de notação específico para as unidades hospitalares, simplificando-se a ficha de unidade e substituindo as fichas individuais por fichas de projeto.
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