Durante o “Verão Quente”, várias forças políticas, movimentos sindicais e militares, estavam em disputa pelo controle do país. Foi um dos momentos mais críticos do processo de democratização portuguesa. Houve confrontos entre diferentes grupos políticos, greves, ocupações, bem como tentativas de golpes por fações militares. Este período foi marcado por uma série de eventos muito graves. Ocorreram confrontos relacionados com a liberdade de imprensa, com a tentativa de partidos, através dos trabalhadores, dominarem os meios de comunicação, como foi o caso do Jornal República (um problema laboral que se transformou num enorme problema político) e o caso da Emissora Católica/Rádio Renascença (graves confrontos entre manifestantes que ocorreram junto ao Patriarcado de Lisboa devido à situação da ocupação desta Rádio). As comemorações do 1.º de Maio de 1975 também contribuíram para agudizar as tensões em todo o país durante este verão, quando, num enorme comício que encheu a Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, Mário Soares exigiu o afastamento de Vasco Gonçalves. Para além disso, durante este período, registaram-se ainda invasões às sedes do PCP e de partidos de extrema-esquerda. A luta entre os defensores da via eleitoral e da via revolucionária também é visível na esfera militar, no MFA. Verão 75 Quente de 46
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