Glossário 25 de Abril

prefácio Lembrar o 25 de Abril em Portugal É importantíssimo manter viva a memória do que foi o 25 de abril de 1974 e do que ele significou como marco inicial do regime democrático em Portugal, lembrando a coragem e a iniciativa do grupo de jovens capitães que pensou e executou o golpe de Estado que derrubou uma ditadura de mais de quatro décadas. A ação, que ocorreu em menos de 24 horas, transformou-se em Revolução. Contudo, os dois anos seguintes foram dramáticos, pois seriam marcados por três tentativas de golpe de Estado, seis governos provisórios, dois Presidentes da República, uma intervenção excessiva dos militares na política e muita turbulência social. A compreensão sobre o significado da Revolução dos Cravos é fundamental para se entenderem as causas da Revolução. É necessário que as novas gerações, que não viveram esse tempo revolucionário, saibam que a Revolução pôs fim à Guerra Colonial, que teve início em 1961, com a luta armada em três colónias portuguesas pela sua independência: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Em Portugal, o sucessor de Salazar, o Professor Marcelo Caetano, foi a favor da continuidade das guerras, não compreendendo que o país estava isolado em termos internacionais e que a situação militar se vinha degradando, agravada ainda pela decisão que permitiu, em 1973, que oficiais formados fora da Academia Militar ultrapassassem todos aqueles formados em quatro anos. Esta situação levou à criação do Movimento dos Capitães, que se reunia clandestinamente e mantinha os aderentes informados sobre questões relacionadas com a Guerra Colonial e a situação política nacional. Assim, em 5 de março de 1974, foi aprovado o Manifesto dos Capitães, documento onde se defendia o fim da guerra e uma solução negociada para a independência dos países, assim como a implementação de uma democracia. Depois da tentativa fracassada de 16 de março de 1974, nas Caldas da Rainha, na madrugada de 25 de Abril de 1974, depois de ouvida a canção “E depois do Adeus” de Paulo de Carvalho, o capitão Salgueiro Maia partiu da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, para dar início vitorioso à chamada Revolução dos Cravos e devolver a liberdade a Portugal. Miguel Corrêa Monteiro Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Vice-Presidente da Academia Portuguesa de História 2

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