Estudo Autónomo... Acredita és capaz! Percursos, Metas e Horizontes

Estudo Autónomo... Acredita, és capaz! Percursos, Metas e Horizontes 171 Os RED poderão ter aplicações produtivas em aprendizagens do domínio da Educação Literária, desde que essa aplicação seja pensada para responder a objetivos de progressiva aprendizagem autónoma, garantindo percursos mais individualizados, e caso o papel do professor se redefina também. B. Aprendizagem significativa O conceito de aprendizagem significativa de David Ausubel preconiza uma aprendizagem baseada na interação que é possível estabelecer entre o conhecimento novo e o conhecimento pré-existente, de uma forma «substantiva» e «não-arbitrária» (MOREIRA, 2006, p.14). «Ausubel vê o armazenamento de informações na mente humana como sendo altamente organizado, formando uma espécie de hierarquia conceitual, na qual elementos mais específicos de conhecimento são ligados (e assimilados por) a conceitos, ideias, preposições mais gerais e inclusivos. Essa organização decorre, em parte, da interação que caracteriza a aprendizagem significativa.» (MOREIRA, 2006, p.16) Aprendizagens significativas também se realizam através de estratégias mais tradicionais de exposição/receção, principalmente em fases iniciais de aquisição de um novo conhecimento ou na aquisição de um corpo vasto de conhecimentos novos. Contudo, no domínio da compreensão leitora e da Educação Literária, ao nível do 9.º ano, uma pedagogia que atribui ao aluno um papel mais ativo e interativo dará, com certeza, melhor resposta, dada a complexidade das competências envolvidas. O que importa estar garantido é que «o material a ser aprendido seja relacionável (ou incorporável) à estrutura cognitiva do aprendiz, de maneira não arbitrária e não literal» (MOREIRA, 2006, p.17). Nesta perspetiva e no contexto de competências complexas, como são as do domínio da Educação Literária, a aprendizagem significativa impõe que se dê relevância a processos metacognitivos - aprender a aprender, aprender a pensar-, que implicam uma construção autónoma, individual, crítica e significativa da aprendizagem, rentabilizando o impacto que as tecnologias da informação têm nas nossas vidas. Os normativos que decorrem das recentes políticas educativas em Portugal, nomeadamente o DecretoLei n.º 55/2018, que estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário e os princípios orientadores da avaliação, idealizam uma resposta aos desafios de um mundo em mudança, desenvolvendo competências complexas nos alunos. Esses normativos referem explicitamente pressupostos da teoria da aprendizagem significativa, da integração de saberes e da aprendizagem autónoma:

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