E-book Saúde Psicológica e Bem-estar

Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 85 Estudo aprofundado Preditores do comportamento prossocial nas crianças inscritas na educação pré-escolar e nos alunos matriculados no 1.º ciclo do ensino básico: o papel do contexto regional num estudo nacional no contexto pós-pandémico Fantinato & Cia, 2015; Mariano & Bolsoni-Silva, 2016; Vaz et al., 2020). Vaz e colaboradores (2020) referem ainda que, na presença de problemas de comportamento e sintomas de ansiedade, os indicadores de independência social, cooperação e comportamento prossocial são menores. Especificamente no que respeita aos comportamentos agressivos se, por um lado, a literatura demonstra a existência de uma relação positiva entre a preocupação empática e a capacidade de tomada de perspetiva com o comportamento prossocial (Eisenberg & Miller, 1987; Eisenberg et al., 2001; Hoffman, 2000; Longobardi et al., 2019), existem, por outro lado, evidências de uma relação negativa com os comportamentos agressivos (Camodeca & Coppola, 2016; Carlo et al., 2010; Hoffman, 2000). Neste contexto, de acordo com Eisenberg e colaboradores (2006), as crianças que estão focadas no bem-estar dos outros e que, por esse motivo, demonstram comportamentos prossociais, desenvolvem um sentimento de responsabilidade para com o outro e sentem-se motivadas para manter este comportamento prossocial. Para além disso, as crianças que demonstram comportamentos prossociais tendem a ser mais bem aceites entre os seus pares, o que reforça estes comportamentos (Denham et al., 1990). Por outro lado, existe também outro efeito proposto por Eisenberg e colaboradores (1981) que sugerem que o comportamento prossocial gera uma reciprocidade de comportamentos positivos, os quais facilitam as interações sociais. A literatura estuda, há várias décadas, os múltiplos fatores influenciadores e preditores do desenvolvimento de competências sociais e do comportamento prossocial em crianças e jovens, existindo diversos estudos que apontam para a influência interativa de características idiossincráticas e da personalidade, a par do contexto que rodeia a criança (Farrant et al., 2011; Gomide, 2001, 2003, 2004; Pettit et al., 2001; Reppold et al., 2002; Williams & Berthelsen, 2017). De forma geral, os comportamentos prossociais surgem na literatura mais associados ao género feminino (Cunico et al., 2012; Fabes & Eisenberg, 1998; Longobardi et al., 2019). Se considerarmos as dimensões que constituem o comportamento prossocial, as raparigas apresentam

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