Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 84 Estudo aprofundado Preditores do comportamento prossocial nas crianças inscritas na educação pré-escolar e nos alunos matriculados no 1.º ciclo do ensino básico: o papel do contexto regional num estudo nacional no contexto pós-pandémico O comportamento prossocial faz parte das competências sociais da criança e refere-se à capacidade de ajudar e apoiar o outro e mostrar empatia (King et al., 2005) através de um comportamento ou conjunto de comportamentos que são voluntários e têm o objetivo de ajudar ou beneficiar o outro (Eisenberg et al., 2010; Eisenberg et al., 2006). Na literatura, o comportamento prossocial aparece frequentemente relacionado com o bem-estar, influenciando-o diretamente (Haller et al., 2021; Hui et al., 2020; Malonda et al., 2019; Martela & Ryan, 2016; Martin & Huebner, 2007). No entanto, para além de promotor de relações sociais positivas (e.g. com os pares, com os adultos), o comportamento prossocial está negativamente correlacionado com a existência de comportamentos agressivos e contribui para um ajustamento e desenvolvimento positivos ao longo da infância (Malonda et al., 2019). Ferreira e colaboradores (2016), referem que o comportamento prossocial está também associado a uma maior aceitação social e ajustamento psicológico. A literatura aponta ainda para o papel protetor do comportamento prossocial contra a aceitação da agressão por parte dos pares (Jung & Schröder-Abé, 2019) e a afiliação com pares que apresentam comportamentos de risco (Carlo et al., 2014). De acordo com dos Santos e Celeri (2018), as competências sociais, os problemas de comportamento e os sintomas de ansiedade constituem uma esfera maior, que integra o desenvolvimento socioemocional, em interdependência. Competências sociais mais robustas contribuem para a prevenção do surgimento de problemas de comportamento, promovendo uma melhor qualidade nas relações interpessoais da criança; por outro lado, competências sociais pouco desenvolvidas podem originar problemas de comportamento e problemas nas relações com pares e adultos (Bolsoni-Silva et al., 2006). Neste âmbito, a literatura mostra de forma consistente a existência de uma relação negativa entre os sintomas de internalização (nomeadamente os sintomas de ansiedade) e os problemas de comportamento com as competências sociais (Cia & Barham, 2009;
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