Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 371 Recomendações Um modelo quadripartido permite olharmos de modo mais aprofundado para a evolução da satisfação com a vida e para a perceção de sintomas psicológicos de mal-estar, permitindo ainda um outro olhar para as diferenças de género e de nível de escolaridade, bem como a concomitância com outros comportamentos e situações associados à saúde ou comprometedoras da saúde e do bem-estar, reforçando a importância conjunta da prevenção da perturbação psicológica e da promoção da saúde psicológica e do bem-estar dos adolescentes em meio escolar. Quase um em cada cinco adolescentes apresentaram risco de depressão, sendo esse risco quase três vezes mais elevado nas raparigas do que nos rapazes. Torna-se urgente intervir de três formas distintas no contexto escolar: 1) avaliação psicológica para identificação de casos clínicos e subclínicos de depressão, e posterior encaminhamento para serviços de apoio psicológico próximos e de resposta breve; 2) promoção do bem-estar de forma global e de satisfação com a vida em particular; e 3) prevenção do desenvolvimento de quadros depressivos (e outros problemas de internalização) nos adolescentes portugueses. Particular atenção deve ser dada às raparigas e às zonas do país que apresentaram resultados menos positivos nas dimensões estudadas, nomeadamente o Algarve e a região Centro de Portugal continental. O recurso a programas de prevenção universais, implementados em contexto escolar, permitiria alcançar um significativo número de adolescentes, com custo-efetividade reduzido, assumindo assim a escola um papel ativo na promoção do desenvolvimento positivo, saúde mental e bem-estar ao longo da vida. Programas estruturados e cientificamente validados, de promoção do bem-estar, da resiliência, de saúde mental e de estilos de vida saudáveis, são recursos importantes de que as escolas portuguesas podem beneficiar.
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