Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 363 Conclusões dos estudos aprofundados Numa adaptação do Modelo Dual a este estudo populacional, estudaram-se os alunos mais velhos (2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário) a distribuição dos alunos por cada uma de quatro situações definidas pelas condições de elevada ou baixa satisfação com a vida e de elevada ou baixa ocorrência de sintomas psicológicos de mal-estar. Globalmente, as raparigas apresentam uma situação mais desvantajosa do ponto de vista do seu mal-estar psicológico. Com este modelo podemos acrescentar que não só apresentam uma pior situação no que diz respeito a terem indicadores mais elevados de perturbação psicológica, como no que diz respeito à menor satisfação com a vida. Globalmente, os alunos com mais idade apresentam uma situação mais desvantajosa no que diz respeito ao seu mal-estar psicológico. Com este modelo pode-se acrescentar que, o aumento da idade (aqui assumida através do proxy “ano de escolaridade”), se associa a uma diminuição de satisfação com a vida, bem como a um aumento de perturbação psicológica. Os resultados sugerem que o relato de sintomas é mais frequente nas raparigas, mesmo quando apresentam elevada satisfação com a vida, sendo que o relato de ausência de sintomas é mais frequente entre rapazes, mesmo quando referem uma baixa satisfação com a vida. Os mais novos são quem mais frequentemente indicam estar satisfeitos com a vida, quer apresentem ou não sintomas psicológicos, e os mais velhos mais frequentemente relatam baixa satisfação com a vida, reportando ou não sintomas psicológicos. Este facto aponta para a necessidade de se ter em consideração não só as situações extremas de “completa saúde” e “completa perturbação”, no cruzamento destas duas situações, mas também de ser importante considerar os casos em que apenas uma das situações se verifica (sintomas psicológicos reduzidos e elevada satisfação com a vida ou sintomas psicológicos acentuados com baixa satisfação com a vida). Tomando em conta outros indicadores do bem-estar psicológico (perceção de qualidade de vida e diversas competências socioemocionais) e ainda alguns comportamentos de saúde (adequação do tempo de sono, do tempo de atividade física e o tempo de ecrã), este padrão repete-se, favorecendo os alunos num estado de bem-estar psicológico completo (elevada satisfação com a vida e sintomas
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