E-book Saúde Psicológica e Bem-estar

Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 277 Estudo aprofundado Insatisfeitos comavidaouemriscodedepressão?Umestudo comadolescentes do3.º ciclodoensino básicoedo ensino secundário adolescência um período crítico para a manutenção de uma saúde mental positiva, com impacto nas gerações seguintes (Patton et al., 2018), é essencial o investimento de investigadores, decisores políticos e profissionais na definição de estratégias para mitigar o desenvolvimento de problemas psicológicos e para promover o bem-estar e a saúde mental dos adolescentes, numa perspetiva de promoção da saúde pública global. Bem-estar subjetivo e satisfação com a vida Desde 1948 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como uma “situação de completo bem-estar físico, psíquico e social, mais do que a mera ausência de doença”. Neste sentido, a saúde e o bem-estar estão cada vez mais associados e considerados interdependentes da investigação à prática, desde a promoção da saúde à sociologia médica (Chavez et al., 2005). O bem-estar subjetivo corresponde à perceção e avaliação que o indivíduo faz da sua vida em termos dos seus estados afetivos e do funcionamento psicológico e social, representando as suas crenças e sentimentos em relação ao facto de estar a viver uma vida desejável e gratificante (Diener, 2012; Keyes & Waterman, 2003). Envolve, por isso, três componentes-chave: especificamente, o bemestar emocional, o bem-estar psicológico e o bem-estar social. É o bem-estar emocional que remete para a presença ou ausência de sentimentos positivos em relação à vida, i.e., para a perceção de satisfação com a vida (Keyes, 2002). Apesar do bem-estar e da satisfação com a vida serem mais estudados na população adulta do que em adolescentes, alguns estudos têm vindo a identificar diversos fatores individuais e sociais com um papel relevante nestas variáveis, tais como capacidades de autorregulação, envolvimento escolar ou suporte familiar (e.g., Calmeiro et al., 2018; Morgan et al., 2012). Estes estudos, desenvolvidos em vários países, têm também revelado, de forma consistente, que são os rapazes (vs. raparigas) e adolescentes de níveis socioeconómicos mais elevados (vs. mais baixos) que apresentam níveis mais elevados de bem-estar e de satisfação com a vida, sendo que estes indicadores vão também diminuindo com a idade (e.g., Hendriks et al., 2020; Lin & Yi, 2019;

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