Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 268 Estudo aprofundado Modeloquadripartidodas relações entre asatisfação coma vidaeomal-estar psicológico:potencial impacto nas políticaspúblicas O Modelo Dual (Greenspoon, 2001; Keyes, 2002; Westerhof, 2010), nesta adaptação a um estudo populacional, revelou-se útil na compreensão da distribuição dos alunos por cada uma das situações definidas pelas condições de elevada ou baixa satisfação com a vida e de elevada ou baixa ocorrência de sintomas psicológicos de mal-estar, neste caso tristeza, irritabilidade e nervosismo, dificuldades em adormecer e tristeza extrema. Através deste modelo verificou-se que, tal como observado em estudos anteriores, globalmente, as raparigas apresentam uma situação mais desvantajosa do ponto de vista do seu mal-estar psicológico (Gaspar et al., 2018, 2019, 2022; Matos, 2020, 2022; Matos et al., 2018). Com este modelo podemos acrescentar que não só apresentam uma pior situação no que diz respeito a indicadores de perturbação psicológica, como também no que diz respeito à satisfação com a vida. Verificou-se ainda que, como observado em estudos anteriores, globalmente, os alunos com mais idade apresentam uma situação mais desvantajosa no que diz respeito ao seu mal-estar psicológico (Matos et al., 2018). Com este modelo podemos acrescentar que, o aumento da idade (aqui assumida através do proxy “ano de escolaridade”), associa-se a uma diminuição de satisfação com a vida, bem como a um aumento de perturbação psicológica. Curiosamente, os resultados sugerem que, globalmente, o relato de sintomas é mais frequente nas raparigas, mesmo quando apresentam elevada satisfação com a vida , sendo que o relato de ausência de sintomas é mais frequente entre rapazes, mesmo quando referem uma baixa satisfação com a vida; também os mais novos são quem mais frequentemente indicam estarem satisfeitos com a vida, com ou sem sintomas acentuados, e os mais velhos mais frequentemente relatam baixa satisfação com a vida, indicando ou não sintomas psicológicos. Este facto aponta para a necessidade, já referida pelos autores originais (Greenspoon, 2001; Keyes, 2002; Westerhof, 2010), de ter em consideração não só as situações extremas de “completa saúde” e “completa Discussão
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