Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 220 Estudo aprofundado Adaptação psicológicaàpandemia deCovid-19emalunos dos 2.ºe 3.º ciclosdoensino básicoedoensino secundário: opapel dos fatores psicológicose contextuais na perceçãodealterações na vidadiária saúde psicológica dos jovens. Estes resultados estão também de acordo com os obtidos numa revisão sistemática da literatura, realizada por Aarah-Bapuah e colaboradores (2022) que evidenciou o impacto, a diversos níveis, da pandemia sobre a saúde psicológica dos jovens. Já as diferenças entre os grupos nas rotinas relacionadas com o tempo de exposição a ecrãs, a prática de atividade física e o número de horas de sono durante a semana, evidenciaram um padrão diferenciado. Assim, independentemente do nível de ensino, os alunos com perceção de agravamento da sua vida pela pandemia relataram despender um maior número de horas nos ecrãs. Já no caso da prática de atividade física e horas de sono, apenas foram obtidas diferenças nos alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário, com os alunos de ambos os níveis com perceção de melhoria da sua vida pela pandemia a relatarem um maior número de horas de sono e de prática de atividade física durante a semana. Uma vez mais, os resultados obtidos estiveram, no geral, de acordo com a literatura neste âmbito (e.g., Almeida et al., 2020; Júnior et al., 2020; The Lancet Child Adolescent Health, 2020) embora, no presente estudo, as alterações nas rotinas tenham dependido da perceção de alterações na sua vida devido à pandemia e da faixa etária. No âmbito das competências socioemocionais se, nos alunos do 2.º ciclo, foram obtidos resultados que diferenciaram os alunos com perceção de agravamento da sua vida dos outros dois grupos, que reportaram níveis médios mais elevados em todas as dimensões das competências socioemocionais, já no caso dos alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário, estas competências mostraram diferenciar os três grupos, diminuindo em função da perceção de alterações da vida com a pandemia. Em particular, nos alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário, as competências de desenvolvimento positivo diferenciaram os alunos com perceção de melhoria dos restantes grupos. Os resultados obtidos foram, uma vez mais, corroborados pelos estudos existentes nesta área (e.g., Shek et al., 2021), demonstrando o papel dos fatores protetores em situações de adversidade.
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