Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 176 Estudo aprofundado Perceçãodasatisfação, qualidadede vidapercebidae competências socioemocionais dos alunos nas escolas portuguesas Considerando as diferenças de género, num estudo realizado por Zych et al. (2018) no período prépandemia, comparado com os rapazes, as raparigas demonstraram: uma maior consciência social; maiores níveis de comportamento prossocial; tomada de decisão mais responsável; e maiores níveis de competências socioemocionais no geral. Já os rapazes, demonstraram uma maior capacidade de autogestão e maiores níveis de motivação (Zych et al., 2018). Observando o período pós-pandemia, verificam-se maiores prejuízos, ao nível da saúde mental e do bem-estar, nas raparigas (Hawes et al., 2022; Kapetanovic et al., 2021; Magson et al., 2021), as quais no período pré-pandemia já apresentavam resultados menos favoráveis (Matos et al., 2018; Gaspar et al., 2021). As raparigas revelaram níveis mais baixos de autoestima física e emocional do que os rapazes, apesar destes demonstrarem uma maior insegurança com a sua performance escolar (González-Valero et al., 2020). Os rapazes reportaram uma maior satisfação com a vida, sendo que se observou uma elevada diminuição deste indicador com a implementação das restrições associadas à pandemia (Von Soest et al., 2020). Quanto à idade, Cappella e colaboradores (2019) observaram uma alteração de algumas competências socioemocionais ao longo do tempo, isto é: diminuição da autoestima e da conexão com a escola, e um aumento da ansiedade, vulnerabilidade emocional e problemas de comportamento. Zych e colaboradores (2018) também observaram uma diminuição das competências socioemocionais percebidas, sendo que os mais velhos revelaram uma menor capacidade de autogestão, nível de motivação, capacidade de tomada de decisão, e de competências socioemocionais no geral. As variáveis sociodemográficas desempenham um papel essencial na predisposição ao desenvolvimento de sintomatologia clinicamente significativa (Chulia et al., 2020). Os adolescentes com mais recursos pessoais e sociais, familiares e comunitários, conseguiram permanecer resilientes e promover uma melhor manutenção do seu bem-estar e da sua saúde psicológica (Branje & Morris, 2021).
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