E-book Saúde Psicológica e Bem-estar

Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 175 Estudo aprofundado Perceçãodasatisfação, qualidadede vidapercebidae competências socioemocionais dos alunos nas escolas portuguesas As competências sociais das crianças e dos adolescentes parecem ter sofrido impactos negativos com as contingências do contexto pandémico (Egan et al., 2021; Englander, 2021; Hussong et al., 2021). Num estudo realizado por Groep e colaboradores (2020), que compara os períodos ante e pós pandemia, observou-se uma diminuição da preocupação empática e das oportunidades para o comportamento pró-social. Branje & Morris (2021) observaram um aumento dos sintomas depressivos, do afeto negativo e da solidão, que explicam as dificuldades de adaptação à escola. No geral, verificou-se uma diminuição da satisfação com a vida e do bem-estar subjetivo, associadas às condicionantes que limitaram a realização de atividades que promoviam o bem-estar (Von Soest et al., 2020). A solidão e a dificuldade na interação social, revelaram-se prejudiciais à adoção de estratégias de coping ajustadas; ao passo que a capacidade de autorregulação emocional se demonstrou robusta na predição da adoção de estratégias de coping ajustadas (Li et al., 2021). O desenvolvimento de sintomas foi menor em adolescentes com maiores níveis de autoeficácia, de autoestima e de capacidade de resolução de problemas focada nas emoções (Hussong et al., 2021). Um maior nível de otimismo esteve associado a menores níveis de depressão e de stresse e a um conceito mais positivo de sentido da vida (Arslan & Yıldırım, 2021). Durante este período, também se salienta um nível mais elevado de resiliência associado à manutenção da saúde mental (Groep et al., 2020). No âmbito da relação com os colegas, estudos indicam uma estabilização dos casos de bullying e ciberbullying (Englander, 2021), sendo que os adolescentes envolvidos (vítimas e agressores) demonstraram menores níveis de competências socioemocionais (Zych et al., 2018). Com a escola, os níveis de ansiedade com os testes mantiveram-se médios, sendo que piores níveis estiveram associados a uma menor autoestima e a mais medo (Sakka et al., 2020). Sakka et al. (2020) indicam que, na perspetiva dos alunos, os professores são uma das principais fontes de pressão para os testes.

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