E-book Saúde Psicológica e Bem-estar

Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 160 Estudo aprofundado Satisfação coma vidados alunos: influência de variáveis pessoais e contextuais, comfoconoecossistema escolar A saúde é um recurso fundamental para a vida. A adolescência é uma etapa especial na cronologia da saúde, uma vez que muitos dos comportamentos que irão fazer parte do estilo de vida na longa etapa da vida adulta são adquiridos neste período. Vários fatores pessoais e contextuais influenciam o desenvolvimento desta cronologia, bem como os desafios especiais que a adolescência traz, nomeadamente, as mudanças físicas e psicossociais que influenciam o bem-estar e o desenvolvimento positivo nesta etapa. Alguns estudos (Mohamad et al., 2014; Shek & Chai, 2020; Valois et al., 2009), revelaram o impacto de vários elementos associados ao desenvolvimento positivo dos jovens, nomeadamente conexão, competência e confiança, na satisfação com a vida e no bem-estar. Neste âmbito, os resultados do estudo de Gilman e Huebner (2006) mostraram que por um lado e em geral, uma elevada satisfação global com a vida aparece associada a menos sintomas de mal-estar psicológico (tal como sintomas de ansiedade e de depressão), e por outro lado a uma maior confiança, nomeadamente através de níveis mais elevados de esperança e uma maior perceção de controlo pessoal, isto comparando com jovens que reportaram uma menor satisfação global com a vida. Este estudo mostrou ainda que uma melhor relação com os outros (nomeadamente, com colegas e pais) estava também associada a uma maior satisfação com a vida. O sentimento de pertença a contextos e grupos significativos e as ligações que se estabelecem nesses sistemas são fundamentais para o bem-estar ao longo da vida e em particular na adolescência (Allen et al., 2016; Holt-Lunstad, 2022; Webster et al., 2021). Ainda neste campo, vários estudos têm identificado consistentemente que as relações afetivas são o fator mais crítico para a promoção do desenvolvimento saudável e bem-sucedido de crianças e jovens, mesmo perante elevados níveis de stresse, desafio e risco ambiental (Austin et al., 2013). Em particular, as relações positivas com os

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