E-book Saúde Psicológica e Bem-estar

Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 150 Estudo aprofundado Estilode vidasaudável na saúdemental das crianças e adolescentes: o cumprimento das recomendações 24horasdo movimento nos sintomas dedepressão, ansiedade e stresse escola poderá constituir-se como um importante local de mudança, uma vez que as crianças e adolescentes passam grande parte do seu dia nas suas instalações. O aumento da carga horária da disciplina de Educação Física, a oferta de Desporto Escolar, a disponibilidade de espaços de recreio que deem condições às crianças e adolescentes para serem ativos, são facilidades que a escola pode proporcionar aos alunos para serem mais ativos. Os pais também poderão ter um papel importante no apoio prestado às crianças e jovens, atuando tanto como exemplos, praticando também eles atividade física diariamente, como através do incentivo e proporcionando condições para que as crianças e adolescentes pratiquem atividade física (Hills et al., 2015). De forma individualizada, um tempo de ecrã mais elevado levou ao aumento dos sintomas de depressão, ansiedade e stresse, o que reforça que o tempo de ecrã em excesso aporta malefícios na saúde mental das crianças e adolescentes (Liu et al., 2022; Oswald et al., 2020). Alguns estudos sugerem que a relação do tempo de ecrã com a saúde psicológica é do tipo quadrática, em U invertido, sendo mais favoráveis os valores intermédios. Se a criança ou adolescente não pratica atividade física regular e não dorme tempo suficiente e, simultaneamente, não utiliza dispositivos eletrónicos no seu tempo livre, tal combinação poderá levar a uma falta de preenchimento do seu dia com atividades prazerosas, resultando no aumento dos níveis de depressão, ansiedade e stresse. Por outro lado, o excesso de tempo de ecrã em lazer poderá levar a maior inatividade física, menores níveis de atividade física por via da gestão do tempo, e redução da qualidade e quantidade do sono, tanto por via direta, com a luz dos ecrãs e estimulação da atividade cerebral através dos jogos, que leva à redução da produção de melatonina, como por via indireta, uma vez que maior tempo de ecrã levará a menor tempo disponível para dormir. Não é por isso recomendado que as crianças e adolescentes sejam totalmente impedidas de utilizar os ecrãs em atividades de lazer, mas sim limitar o seu tempo diário a não mais de duas horas, oferecendo como alternativas a prática de atividade física e cumprir as diretrizes para o tempo de sono, que se encontraram ambas correlacionadas com menores sintomas de depressão, ansiedade e stresse quando combinadas.

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