Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 128 Estudo aprofundado Opapel do contexto regional no desempenho académico das crianças inscritas na educação pré-escolar edos alunos matriculados no 1.º ciclodoensino básico ambos os níveis de ensino, o que esteve de acordo, entre outros, com os resultados obtidos por Marturano e Pizato (2015), Mundy e colaboradores (2017), Gage e colaboradores (2017), Khanam e colaboradores (2018), Dias e colaboradores (2022), LoParo e colaboradores (2022) e Valenzuela (2022). Por outro lado, os problemas de relacionamento com os pares não mostraram prever o desempenho académico em qualquer uma das regiões e níveis de ensino, ao contrário dos resultados obtidos no estudo dos preditores do comportamento prossocial (Carvalho et al., in press), o que pode apontar para a existência de fatores preditores específicos que devem ser tidos em consideração quando da implementação de estratégias que visem a mudança. Já os problemas de comportamento mostraram um papel positivo sobre o desempenho académico em algumas regiões nos dois níveis de ensino, e contrário ao papel desempenhado sobre o comportamento prossocial. Embora estes resultados necessitem de replicação, é possível que os educadores e professores, enquanto única fonte de informação, tenham entendido os indicadores dos problemas de comportamento como parte integrante do desenvolvimento positivo e adaptativo, levando-os a efeitos de halo com viés associado. Sabemos, ainda, por estudos anteriores na área, que os jovens com mais problemas de comportamento não têm necessariamente dificuldades de aprendizagem pelo que, apesar das suas dificuldades de externalização, podem obter bons resultados académicos, dependendo do impacto e da estabilidade desses problemas de comportamento ao longo do desenvolvimento (Robson et al., 2020). Apesar da sua importância, o presente estudo apresenta algumas limitações, nomeadamente as que se referem ao número de participantes estudados, que não permite a generalização dos resultados obtidos. Por outro lado, a natureza do estudo, de caráter transversal, não possibilita o estudo de tendências e relações causais temporais, permitindo apenas o estudo das relações unidirecionais propostas, elaboradas a partir dos modelos teóricos e de intervenção. Ainda, o recurso apenas a uma fonte de informação, apesar de ser com os educadores e professores que as crianças e os
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