E-book Saúde Psicológica e Bem-estar

Saúde Psicológica e Bem-estar | Observatório Escolar 110 Estudo aprofundado Opapel do contexto regional no desempenho académico das crianças inscritas na educação pré-escolar edos alunos matriculados no 1.º ciclodoensino básico Já a literatura dedicada à relação entre os sintomas psicológicos e o desempenho académico mostra uma relação positiva com as competências sociais e uma relação negativa com os problemas de internalização e externalização, como os comportamentos agressivos, o humor depressivo ou as queixas somáticas (Ackerman et al., 2007; Burt & Roisman, 2010; Chen et al., 2010; Grover et al., 2007; Konold et al., 2010; Marturano & Pizato, 2015). Por um lado, as competências sociais parecem ser protetoras, dado que crianças com melhores competências sociais apresentam um melhor desempenho escolar (Caprara et al., 2000; Chen et al., 2010; Konold et al., 2010; Romano et al., 2010). Por outro lado, a literatura tem apontado para a existência de uma relação entre o baixo desempenho académico e a manifestação de comportamentos de externalização (Hinshaw, 1992; Miles & Stipek, 2006). Grover e colaboradores (2007) suportam esta ideia, argumentando que a presença de problemas de internalização interfere com o rendimento escolar. Sendo a educação um dos determinantes da saúde e estando demonstrada a existência de uma relação entre o desempenho académico com a saúde e o bem-estar, é também expectável que a saúde esteja relacionada com o percurso e resultados académicos (e. g., Hamad et al., 2018) e, portanto, que os problemas de internalização e externalização tenham, também eles, uma relação com o desempenho académico. Neste contexto específico, existem duas hipóteses bem estudadas que procuram explicar os mecanismos desta relação, uma relativa ao papel do desempenho académico sobre os problemas emocionais e comportamentais (e.g., Dias, et al., 2022; Verboom et al., 2014) e a outra relativa ao papel dos problemas emocionais e comportamentais sobre o desempenho académico (e.g., Sijtsema et al., 2013). Estas hipóteses têm vindo a ser empiricamente testadas em diversos estudos (e.g., Gage et al., 2017; McLeod et al., 2012; Mundy et al., 2017), com os resultados a demonstrarem que as crianças com problemas de internalização (em particular, ansiedade) e externalização se encontram em maior risco de reprovação (Mundy et al., 2017) e baixo desempenho escolar (Campbell, 2007; Macher et al., 2011), e que muitas das crianças com baixo desempenho académico apresentam

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